O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam, regulando e controlando todas as funções de nosso organismo. Ele também atua no crescimento de tecidos, no equilíbrio hídrico do corpo, na reprodução e no metabolismo de carboidratos, e é formado por uma série de glândulas, chamadas de glândulas endócrinas.
As glândulas endócrinas secretam os hormônios, substâncias que são lançadas na corrente sanguínea, atingindo as células dos diversos tecidos do corpo humano. Os hormônios podem estimular ou inibir as funções metabólicas. Cada hormônio atua apenas sobre algumas células específicas, são as chamadas células-alvo. Alguns hormônios também atuam em conjunto ou em oposição a outros.
As principais glândulas endócrinas humanas são: a pineal, a hipófise, a tireoide, as paratireoides, as suprarrenais, o pâncreas, os ovários (nas mulheres) e os testículos (nos homens). Agora veremos um pouco sobre as funções e os hormônios secretados por cada uma delas.
Glândulas do Sistema Endócrino
As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes partes do corpo: hipófise (2),tireoide e paratireoides (3), timo (4), suprarrenais (5), pâncreas (6) e as glândulas sexuais (7 e 8).
Hipófise
A hipófise, ou pituitária, é uma pequena glândula situada sob o encéfalo e ligada ao hipotálamo. Produz diversos hormônios, entre eles, o hormônio do crescimento. É considerada a glândula mestre do nosso corpo, pois estimula o funcionamento de outras glândulas, como a tireoide e as glândulas sexuais. O excesso da produção desse hormônio causa o gigantismo (crescimento exagerado) e a falta provoca o nanismo. Outro hormônio produzido pela hipófise é o antidiurético (ADH), substância que permite ao corpo economizar água na excreção (formação da urina).
Ela é dividida em duas regiões, uma posterior, chamada de neuro-hipófise, e outra anterior, a adeno-hipófise.
A neuro-hipófise secreta principalmente dois hormônios: a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). A ocitocina atua sobre o útero, promovendo as contrações do parto, e sobre as glândulas mamárias, estimulando a secreção do leite. O ADH controla o equilíbrio hídrico do organismo. Ele atua sobre os rins aumentando a reabsorção de líquidos.
A adeno-hipófise secreta diversos hormônios. Alguns deles são: a somatotrofina (GH), o hormônio folículo estimulante (FSH), o hormônio luteinizante (LH), a prolactina e o hormônio tireotrófico (TSH).
A somatotrofina estimula a multiplicação celular e o desenvolvimento de tecidos. Consequentemente, o GH estimula o crescimento do corpo, sendo, por isso, conhecido também como "hormônio do crescimento".
Nas mulheres, o FSH atua sobre os ovários, promovendo o amadurecimento dos folículos e estimulando a liberação de estrogênio. Nos homens, o FSH atua sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona.
O LH estimula a ovulação nas mulheres e a produção de testosterona nos homens. A prolactina atua sobre as glândulas mamárias, estimulando a produção de leite após o parto. O TSH atua sobre a tireoide, outra glândula do sistema endócrino, regulando a sua atividade.
Tireoide
A tireoide é uma glândula situada na região frontal do pescoço. Produz a tiroxina, hormônio que controla a velocidade do metabolismo celular, na manutenção do peso e do calor corporal, no crescimento e no ritmo cardíaco.
Os hormônios secretados pela tireoide são: a tiroxina (T4), a tridoxina (T3) e a calcitonina. O T4 e o T3 regulam o metabolismo celular. Já a calcitonina regula a concentração de cálcio, elemento importante para a contração muscular.
Tanto a falta quanto o excesso de hormônios tireoidianos provocam doenças. O primeiro caso é conhecido como hipertireoidismo, que é quando a tireoide trabalha menos e produz menos tiroxina, e acelera todo o metabolismo: o coração bate mais rápido, a temperatura do corpo fica mais alta do que o normal, a pessoa emagrece por gastar mais energia. Esse quadro favorece o aparecimento de doenças cardíacas e vasculares, pois o sangue circula com mais pressão. Se não tratada pode provocar o surgimento do bócio (inchaço no pescoço), e também a exoftalmia (olhos saltados).
Já no hipotireoidismo, a baixa concentração de hormônios tireoidianos provoca uma redução do metabolismo, levando a consequências como ganho de peso, cansaço e disfunções intestinais, e sintomas como perda de peso, aumento de apetite, agitação e taquicardia; além de algumas regiões do corpo ficarem inchadas, o coração passar a bater mais vagarosamente, o sangue passar a circular mais lentamente, a pessoa gastar menos energia e as respostas físicas e mentais tornarem-se mais lentas.
Paratireoides
As paratireoides são quatro pequenas glândulas ligadas à parte posterior da tireóide, glândulas estas que produzem o paratormônio, hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo no sangue. A diminuição desse hormônio reduz a quantidade de cálcio no sangue e faz com que os músculos se contraiam violentamente. Esse sintoma é chamado de tetania, pois é semelhante ao que ocorre em pessoas com tétano. Por sua vez, o aumento da produção desse hormônio transfere parte do cálcio para o sangue, de modo que enfraquece os ossos, tornando-os quebradiços.
Timo
O timo está situado entre os pulmões. Produz um hormônio que atua na defesa do organismo do recém-nascido contra infecções. Nessa fase, apresenta um volume acentuado, crescendo normalmente até a adolescência, quando começa a atrofiar. Na idade adulta diminui de tamanho, pois tem suas funções reduzidas.
Suprarrenais
As glândulas suprarrenais, ou adrenais, situam-se acima dos rins e são divididas em duas regiões, uma externa, o córtex adrenal, e outra interna, a medula adrenal.
Dois dos principais hormônios secretados pelo córtex adrenal são o cortisol e a aldesterona. Ambos são derivados do colesterol e, por isso, são chamados de esteroides. A principal função do cortisol é regular a permeabilidades dos capilares sanguíneos. Já a aldesterona atua sobre os rins, aumentado a absorção de sais durante o processo de filtração do sangue.
Os principais hormônios secretados pela medula adrenal são a adrenalina e a noradrenalina. A noradrenalina controla a pressão sanguínea do corpo, e a adrenalina prepara o organismo para situações de perigo ou estresse. Entre outros efeitos, a adrenalina aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, preparando o indivíduo para uma reação rápida. Outros efeitos da adrenalina no organismo são:
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Contração dos vasos sanguíneos da pele, de modo que o organismo envia mais sangue para os músculos esqueléticos e, por isso, ficamos “pálidos de susto” e também “gelados de medo”.
- Taquicardia: o coração dispara e impulsiona mais sangue para as pernas e braços, aumentando a capacidade de correr ou de se exaltar em situações tensas;
- Aumento da frequência respiratória e da taxa de glicose no sangue, liberando mais energia para as células;
Pâncreas
O pâncreas está localizado na região abdominal e é uma glândula mista, pelo fato de possuir tanto funções endócrinas quanto exócrinas. A função endócrina é realizada por diversos conjuntos de células chamadas de ilhotas de Langerhans.
Dois dos principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans são a insulina e o glucagon, ambos relacionados ao controle da concentração de glicose no sangue. A insulina estimula a absorção da glicose presente no sangue(além do seu armazenamento no fígado, na forma de glicogênio) e controla a sua entrada nas células (onde será utilizada na liberação de energia). A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).Ela também dificulta a absorção de glicose, afetando o metabolismo celular e, consequentemente, provocando um aumento dessa substância no sangue.
Já o glucagon funciona de maneira oposta à insulina, estimulando o aumento da concentração de glicose no sangue e a quebra do glicogênio. Quando o organismo fica muitas horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode ter hipoglicemia, que gera a sensação de fraqueza, tontura, levando, em muitos caso, ao desmaio. Nesse caso o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando a "quebra" do glicogênio em moléculas de glicose. Por fim, a glicose é enviada para o sangue normalizando a hipoglicemia.
O pâncreas produz também o suco pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha importante papel na digestão.
Glândulas sexuais
As glândulas sexuais são os ovários e os testículos, que fazem parte do sistema reprodutor feminino e do sistema reprodutor masculino respectivamente.
Os ovários e os testículos são estimulados por hormônios produzidos pela hipófise.
Os ovários secretam os hormônios sexuais femininos, o estrógeno e a progesterona. O estrógeno, entre outras funções, está relacionado ao ciclo menstrual e ao desenvolvimento de características sexuais secundárias femininas, como os seios e o acúmulo de gordura em certas regiões do corpo. A progesterona promove alterações necessárias para a manutenção de uma possível gravidez. No útero, por exemplo, o hormônio promove a formação do endométrio, tecido sobre o qual o embrião se fixa.
Os testículos secretam o hormônio sexual masculino, a testosterona. Este hormônio, entre outras funções, promove o desenvolvimento de características sexuais secundárias masculinas, tais como voz grossa e barba.
Pineal
A pineal é uma pequena glândula situada no centro do cérebro. Sua principal função é o controle dos ciclos diários de sono e vigília. Durante a noite, a escuridão estimula a secreção de um hormônio da pineal, a melatonina, que induz ao sono. Já a claridade inibe a produção de melatonina.
Concluindo, todas as funções e atividades do nosso corpo são coordenadas e integradas pelo sistema nervoso e pelo sistema endócrino, em harmonia. Junto ao sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções hormonais do nosso corpo. O hipotálamo, grupo de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas.
Para um esquema mais detalhado, veja abaixo:
Para saber mais sobre os hormônios de forma resumida e fácil, assista ao vídeo abaixo:
E para saber um pouco sobre como o sistema endócrino está interligado ao sistema nervoso, leia a matéria abaixo:
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/sistemas-endocrino-nervoso-dupla-afinada-corpo-humano-697457.shtml
Fontes: Toda Matéria
Educação Uol
Revista Escola Abril
Fontes: Toda Matéria
Educação Uol
Revista Escola Abril
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